sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Grupo de Combate ao Lixo em Belém realiza o segundo dia do Seminário

O Grupo de Combate ao Lixo em Belém (GCLB) deu prosseguimento ao seminário “A situação do lixo em Belém: Uma visão interdisciplinar". O segundo e último dia do evento contou com a participação de vários convidados que, em suas exposições, afirmaram a necessidade de a sociedade civil se organizar em grupos apartidários, voluntários e conscientes - a exemplo do GCLB - para reivindicar por uma prestação de serviço de limpeza pública eficiente.
Tanto no primeiro quanto no segundo dia do seminário, ocorreram muitos debates, com ampla participação da sociedade. Os participantes que mais uma vez lotaram o auditório do CESUPA aproveitaram para formular perguntas as quais, na maioria, questionavam o abandono que hoje Belém vive.

Os palestrantes do último dia do seminário foram:
1. O Prefeito do município de Paragominas, Adnan Demachki, apresentou a política implantada em seu município quanto ao destino dado ao lixo.

2. A professora da UFPA Maria Valdívia, palestrou sobre a Lei Federal 12.305/2010, sancionada recentemente, que institui a Política Nacional de Resíduos Solídos.

3. Os promotores públicos Dr. Raimundo Moraes e Dra. Fábia Melo apresentaram a situação do lixão do Aurá e mostraram o trabalho que o  Ministério Público Estadual vem desenvolvendo sobre  os resíduos sólidos.

4. O jornalista Lúcio Flávio Pinto, encerrando o evento, falou sobre a falta de compromisso da classe média em relação aos problemas e sustentabilidade da cidade de Belém, afirmando que as pessoas que têm visibilidade social  fazem questao de revelar que possuem mais ligação com o exterior, para onde viajam a lazar, do que com a cidade onde moram, trabalham e ganham dinheiro,  conforme se infere das colunas sociais dos periódicos  locais. Também mostrou que a falta de uma política de reciclagem do lixo é fruto de um interesse econômico que se locupleta  com o faturamento decorrente de mais de 900 toneladas por dia de lixo recolhido, haja vista que os cofres públicos pagam para as empresas de coleta por tonelada, de forma que, com a implantação de um serviço de reciclagem, o faturamento dessas empresas iria ter um a enorme diminuição. Por isso, em vez de investir em reciclagem, investe-se em carro de  coleta de lixo  que é levado direto para o Aurá, onde catadores sao tratados de forma subumana, sem chance de inclusao social por conta de um interesse econômico indiferente ao sofrimento dessas pessoas e ao destino da nossa cidade.
Para o jornalista, o Estado (governos municípal e estadual ) perdeu o controle sobre a cidade, em diversos sentidos e nao só na falta de gestao do lixo. O jornalista foi aplaudido pela excelente palestra.

Todos os convidados enalteceram a iniciativa do Grupo de Combate ao Lixo de Belém, que abraçou a causa de chamar a atenção da sociedade para a necessidade de fazermos a nossa parte por uma Belém limpa e sadia, eliminando de vez a imagem negativa que Belém ostenta.

O Grupo de Combate ao Lixo em Belém agradeceu a participação de todos, ressaltando que o  nosso  objetivo é agir enquanto ainda é tempo para  impedir que o  triste destino que se vislumbra para  Belém, de cidade suja, insustentável e pobre, para reconstruirmos a Belém elegante, limpa e próspera do final do século XIX e inicio do século XX. Com a participação de todos , esse resultado que se busca é possivel.
O Seminário “A situação do lixo em Belém: Uma visão interdisciplinar" foi apenas o início de uma luta, que decidimos empreender em prol do que acreditamos ser possivel se contarmos com a adesao da sociedade: Belém limpa e sustentável, pois  gestao do lixo é questao de saúde. E saúde é direito fundamental.



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